Por Diogo Martins | Valor
RIO (Nota atualizada às 14h) – A produção industrial cresceu 1,5% em agosto na comparação com julho, na série com ajustes sazonais, informou nesta terça-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado da indústria em agosto é o melhor desde maio de 2011, quando subiu 1,6% ante abril. Também foi o terceiro resultado mensal positivo consecutivo, acumulando nesse período crescimento de 2,3%.
“O setor industrial em agosto prosseguiu com a melhora no seu ritmo produtivo, expresso não só na magnitude do crescimento registrado nesse mês frente a julho (1,5%), o maior desde maio de 2011, mas também pelo terceiro resultado positivo consecutivo nesse tipo de comparação”, diz o relatório
Em julho, a produção avançou 0,5% sobre junho, dado revisado de uma alta de 0,3%. Os dados constam da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF).
O resultado ficou abaixo da média das estimativas de dez departamentos econômicos de instituições financeiras e consultorias ouvidos pelo Valor Data, que apontava alta de 2,09%.
O resultado mensal foi puxado por bens intermediários, que têm peso de 55% na indústria, segundo o IBGE.
Na comparação com agosto de 2011, a produção industrial brasileira caiu 2%. No acumulado do ano, o setor registra baixa de 3,4% e, em 12 meses encerrados em agosto, queda de 2,9%.
A comparação entre agosto e julho mostrou alta de 2% na produção de bens intermediários, já com ajustes sazonais. Na mesma base de comparação, a produção de bens de capital subiu 0,3%, enquanto a de bens de consumo duráveis avançou 2,6% e a de bens de consumo semi e não duráveis avançou 1,2%.
Em relação a agosto de 2011, a produção de bens de capital recuou 13%, a de bens intermediários caiu 0,5%, ao passo que a produção de bens de consumo duráveis cresceu 0,1% e a de bens de consumo semi e não duráveis caiu 0,3%.
No acumulado do ano até agosto, a produção de bens de capital caiu 12,2%, a de bens intermediários recuou 2,1%, enquanto a de bens de consumo duráveis caiu 7,3%, e a dos bens de consumo semi e não duráveis caiu 0,4%.
Nos últimos 12 meses encerrados em agosto, os bens de capital caíram 8,5%, os bens intermediários caíram 1,6%, os bens de consumo duráveis recuaram 8% e os bens de consumo semi e não duráveis caíram 0,7%.
Veículos
Os subsetores que compõem a atividade de veículos automotores apresentam ritmos diferentes em suas atividades. Enquanto a produção de automóveis segue embalada pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), a fabricação de caminhões apresenta queda.
Dados da PIM-PF indicam que a produção de veículos automotores – que inclui automóveis, caminhões, autopeças, reboques e outros – cresceu 3,3% na passagem de julho para agosto, feitos os ajustes sazonais. O IBGE destaca que esse resultado foi impulsionado pela produção de automóveis, a partir da redução do IPI.
Em relação a agosto do ano passado, a produção de veículos automotores caiu 11,2%. Nessa base de comparação, a produção de automóveis cresceu em 6,5%, ao passo que a fabricação de caminhões caiu 35,4%. Na ponderação da PIM-PF, os automóveis pesam 40% na atividade de veículos automotores, ao passo que os caminhões representam 10%. O restante é dividido entre diversos subsegmentos, como os que fabricam autopeças e reboques.
“Apesar de a produção de veículos estar em ascensão, o setor de veículos automotores não caminha necessariamente bem como um todo”, afirma André Luiz Macedo, gerente da coordenação da indústria do IBGE. “O setor de automóveis segue beneficiado com a redução de IPI, que baixou estoques do setor. O de caminhões segue impactado pelas novas regras de emissões”, completa ele, referindo-se a mudança na tecnologia adotada nos motores de caminhões, que passou do Euro 3 para o Euro 5, menos poluente, mas mais caro.
Outras bases interanuais ilustram o descompasso entre a produção de automóveis e caminhões. Em junho, quando a produção de automóveis caiu 0,6% frente a igual mês do ano anterior, a de caminhões recuou 51,3%. Em julho, a fabricação de automóveis teve alta de 3,5% ante igual mês de 2011, ao passo que a de caminhões caiu 36,2%. A redução do IPI para automóveis teve início em 22 de maio.
Setores
20 dos 27 setores pesquisados elevaram a produção em agosto. Na comparação mensal, houve contribuições positivas para o total da indústria ocorreram em alimentos (2,1%), fumo (35,0%), refino de petróleo e produção de álcool (2,5%), outros produtos químicos (1,9%), farmacêutica (3,1%) e material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (5,9%).
Entre os ramos que registraram queda de produção, o desempenho de maior importância para a média global foi registrado por máquinas e equipamentos (-2,6%). Também houve queda em equipamentos médicos (-2,7%), perfumaria e limpeza (-1,2%), madeira (-1,0%), produtos de metal (-0,4%) e calçados e artigos de couro (-0,1%).
© 2000 – 2012. Todos os direitos reservados ao Valor Econômico S.A. . Verifique nossos Termos de Uso em http://www.valor.com.br/termos-de-uso. Este material não pode ser publicado, reescrito, redistribuído ou transmitido por broadcast sem autorização do Valor Econômico.
Site: Contabilidade São Paulo