NK | Escritório de contabilidade SP

Desoneração da folha não agrada a todos Empresários acreditam que novas medidas anunciadas pelo governo, para 25 setores, serão apenas uma substituição da base tributária

NK Contabilidade

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on email

Andréa Bertoldi, Reportagem Local

Curitiba – A ampliação da desoneração da folha de pagamento para mais 25 setores anunciada ontem pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, não agradou a todos os segmentos produtivos e gerou bastante divergências. Alguns empresários acreditam que as novas medidas não mudarão nada e que, na prática, será apenas uma substituição da base tributária.

O governo federal aposta em uma renúncia fiscal estimada em R$ 13 bilhões. Entre os setores que fazem parte do novo pacote estão aves, suínos, pescados, fármacos e medicamentos, pneus, papel e celulose, brinquedos, transporte aéreo, transporte rodoviário, cerâmica, entre outros.

Na prática, as empresas deixam de pagar 20% do INSS para recolherem de 1% a 2% sobre o faturamento. Estas empresas se somam a 15 segmentos empresariais já beneficiados. No caso dos novos setores incluídos hoje, a mudança tem validade a partir de 2013.

Conforme o presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), João Eloi Olenike, cada empresa terá que verificar o seu faturamento e fazer os cálculos para ver se é vantagem pagar a tributação de 20% do INSS ou recolher sobre o faturamento. Ele também acredita que o governo federal vai acabar não perdendo receita com a mudança anunciada.

”Lutamos para que haja a reforma tributária e não aconteça tanta tributação no consumo. Agora, com a tributação sobre o faturamento das empresas, isso vai acabar sendo repassado para o preço do produto final que chega ao consumidor”, alertou. Segundo ele, desta forma, o governo está tributando antes mesmo de o empresário ter lucro sobre a sua produção.

O diretor executivo da cooperativa Frimesa, Elias José Zydek, disse que para a cooperativa a nova medida não vai mudar nada. ”É apenas uma substituição da base tributária”, afirmou. Comentou ainda que, conforme aumentar o faturamento da cooperativa, maior será a arrecadação destinada ao governo. A Frimesa tem cerca de 170 itens entre industrializados, embutidos, linguiças e defumados com carnes de suínos que representam 70% do faturamento.

A cooperativa conta com um total de 4,7 mil funcionários em Medianeira, Marechal Cândido Rondon e Matelândia e abate 5,2 mil suínos por dia. Ele calculou que, no momento, a tributação sobre o faturamento não vai alterar o valor a ser recolhido para o governo. Mas, se o faturamento aumentar, a cooperativa pagaria mais impostos. Neste ano, o faturamento bruto previsto é de R$ 1,250 bilhões.

De acordo com o presidente do Sindilouça-PR, José Canisso, a desoneração da folha de pagamento é um pleito do setor de mais de 30 anos, mas não da forma como o governo está fazendo. Ele contou que o segmento ainda não fez os cálculos, mas acredita que, com a tributação sobre o faturamento, as indústrias vão pagar um volume maior de impostos. Hoje, o setor reúne 36 empresas em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba, e emprega 14 mil funcionários.

Fonte: FolhaWeb